O Brasil anda dividido, um em cada ponta
Fazendo jus ao apelido País da piada pronta
Tarifa aumentada de nada conta
Pois no passar da conta
É só mais dinheiro pra desviar da conta
E a bancada pronta, pra botar pra circular
Um projeto de lei de interesse particular
Querendo nos ridicularizar
Escândalos de corrupção, no máximo prisão domiciliar
E ao povo só resta a impunidade pra lamentar
Pois políticos têm imunidade parlamentar
Ou seja imunidade pra roubar
Com o aval da lei que lhe protege
A lei que ele mesmo rege
Abre o olho pra quem você elege
Pois o de paletó, é quem devia tá de calca bege
E me diz, o que é que mata mais
A câmara dos deputados ou a câmara de gás
Basta, de carregar esse fardo
Basta, pra onde vai o meu trabalho árduo
Basta eu sou um Filho da Pátria
Mas a minha mãe me trata como um filho bastardo
Óbito ao Brasil
Causa da morte assassinato a sangue frio
O culpado ninguém descobriu
Pois foram atrás de um negro de fuzil
Porque o branco que roubava não se encaixa no perfil
(O suspeito de pele parda foi parado pelo guarda
Cansado do fardo da farda
Da vida amarga da promessa que tarda
E enquanto ele aguarda, mais um inocente
é morto pela mira da espingarda)
É, a copa por aqui foi um fiasco
Mas pior ainda foi a chacina de Osasco
Somos o país da bala não da bola
Que bota o menor na cela e não na sala da escola
Povo que não se rebela só rebola
Afinal é sempre Carnaval e o trágico vira cômico
Problema crônico, nada mais nos deixa atônito
Tudo é uma piada e eu não estou sendo irônico
Estamos partidos em guerra de partidos
Parece uma partida, uma briga de torcidas
E enquanto nossa pátria se aparta
Mais um calhorda furta agora de carteira farta
Chega, de meditar igual Sidarta
Chegou a hora de lutar que nem Esparta
Avante meu povo
Se o Gigante um dia acordou
É preciso que ele se levante de novo
Basta, de carregar esse fardo
Basta, pra onde vai o meu trabalho árduo
Basta eu sou um Filho da Pátria
Mas a minha mãe me trata como um filho bastardo