Beirando a praia serena aquela moça esperava
O pescador, seu amado, que do alto-mar voltava
Com um lindo buquê de flores que pro noivo ela guardava
Pois ele naquele dia feliz aniversariava
Uma forte tempestade naquele instante caiu
Virando aquele barquinho que no azul do mar sumiu
Com sua mão acenando por socorro ainda pediu
Entre as espumas das águas, ninguém mais seu vulto viu
A moça desesperada contra as ondas foi entrando
Pra salvar o seu amado do furor do mar tirano
Foi visto lá na distância seus cabelos mergulhando
Até que sumiu pra sempre na planície do oceano
O barquinho noutro dia lá na praia foi achado
E aquelas flor estavam dentro do barquinho abandonado
Todos então compreenderam que eles tinham se encontrado
Nas profundezas das águas ficaram os dois sepultados
E hoje duas gaivotas voam na praia perdida
São as almas dos amantes que no mar moram escondidas
Numa casinha de ouro pelos anjos construída
Amando depois da morte como se amaram na vida