Sou um cantor que às vezes canta por instinto
E outras vezes se planta a cantar assim
Em cada verso alonga o amor que sinto
Pelo Rio Grande que és tudo para mim
Tenho no peito um profundo patriotismo
Mas por capricho imaginário não me iludo
Se no meu peito há uma mescla de bairrismo
É porque sou feliz acima de tudo
Quando um gaúcho se vai mundo afora
A querência chora sem que lhe mande
E ao lembrar a pampa chorando
De vez em quando lá por onde ande
Que dá vontade eu acredito de dar um grito
Viva o Rio Grande
Não me animo montar numa esperança
E repontar uma tropilha de ilusão
E nos momentos de silenciosas lembranças
Sorver saudade ao invés do chimarrão
Se eu me bandiasse a lo largo aquece o couro
Que em pouco tempo eu voltaria num reponte
Por isso eu fico por aqui poupando um sonho
Meu próprio eu me põe limites de horizonte
Quando um gaúcho se vai mundo afora
A querência chora sem que lhe mande
E ao lembrar a pampa chorando
De vez em quando lá por onde ande
Que dá vontade eu acredito de dar um grito
Viva o Rio Grande