Ninguém ouviu
Um soluçar de dor no canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro foi pro cativeiro e, de lá, cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No quilombo dos palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo povo dessa terra
Quando pode cantar, canta de dor
E ecoa noite e dia
Ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
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