A lua luou, o vento ventou a saudade pra longe daqui
Vou riscando de espora nas trilhas do mundo na saga rumo a mim
Nas esquinas da vida eu planto sementes que trago lá do meu sertão
E a cada tropeço eu aprendo e carrego a lembrança nos calos da mão
Nesse fado violado de mágoa eu uso a viola pra remediar
Ainda tenho no rosto o riso sereno daquele que sabe aceitar
Esse riso cheio de vazio é o mesmo da primeira decepção
E que espera ansioso o momento da massa do povo comer do meu pão
De todo esse universo eu sou cidadão
Cidadão do mundo, sou de qualquer chão
Faço da viola meu trabalho, dos teus olhos meu abrigo
Minha vida em procissão
Uso de maneira absurda os acordes mais perfeitos
Pra tamanha imperfeição
A prosa prosou, o verso versou a saudade que brota de mim
Vou riscando de espora nas trilhas do mundo na saga rumo a mim
Nas esquinas da vida eu planto sementes que trago lá do meu sertão
E a cada tropeço eu aprendo e carrego a lembrança nos calos da mão
Todo esse mistério que se vê no ar
Só meu Deus do céu me faz acreditar