Já não me sinto culpado ou inocente
Meu muro de concreto foi pichado novamente
Não percebo quando age minha razão
Às vezes pende para um lado ou se espatifa pelo chão
Se até o português que falo é errado
Afinal o que isso importa
Se até pra comer tenho a boca torta
Mas pra discutir cultura prefiro ir embora
Sou alguém que não pode afirmar nada
Mas tento convencer com minha língua afiada
Ainda vejo em seus olhos alguma esperança
Mas que esperança se você faz parte desta trama
E que trama é essa que vive rindo à beça
Vivendo do passado e não cumprindo promessas
E no final sou acusado de ter uma forte opinião
Que mal há nisso seu doutor? Eu falei sem compromisso.
Apenas pra dizer o que meu coração pensou
Você se recusa em dizer que sou seu amigo
Aliás como amigo sou seu pior inimigo
Mas se o coração pensa, pra que serve minha cabeça?