É engraçado essa vida de certinho, sempre andando arrumadinho, terninho engomado, essa cara de normal.
Vai pro trabalho, dá uma bola, escova os dentes, usa colírio, fia na nóia que tá sendo observado, disfarçando olha pro lado.
A sociedade te acha esquisito só porque você é doidão.
E esquisito a sociedade observando não entende não.
Tem presidente, tem pandeiro, açougueiro, ajudante de pedreiro, todo mundo é maconheiro, acende um beck, por favor.
Louca pra tudo, doido ou magro ou barrigudo, estudado, de canudo, atestado de normal, tirou no juquiri.
Mas muito louco que anoitece e amanhece, e a loucura permanece.
Mas muito louco que anoitece e amanhece, e a loucura permanece.
Todo normal tem um pouco de loucura, tem surtado, tem varrido, cachado ou pendurado que a censura liberou.
Eu vejo o povo com a cabeça ressecado, isto aqui não dá em nada, dá um óleo na engrenagem pra viajem começar.
Mas muito louco que anoitece e amanhece, e a loucura permanece.
Mas muito louco que anoitece e amanhece, e a loucura permanece.