Uma noite eu me lembro
Ela dormia numa rede
Encostada molemente
Quase aberto o roupão
Solto o cabelo
E o pé descalço
Do tapete rente
Estava aberta a janela
E um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina
E ao longe num pedaço do horizonte
Via-se a noite
Plácida, divina
De um jasmineiro
Os galhos encurvados
Indiscretos
Entravam pela sala
E de leve
Oscilando ao tom das auras
Iam na face, trêmulos, beija-la
Era um quadro celeste
A cada afago
Mesmo em sonhos
A moça estremecia
Quando ela serenava
A flor beijava-a
Quando ela ia beijár-lhe
A flor fugia