Na avenida da alegria
Eu desponto o contraste
Um sorriso sem alarde
Denuncia a solidão...
No desfile da soberba
Colombinas e princesas
Picadeiro de belezas
Numa ilha de ilusão...
Em um mar de correntezas
Onde remam incertezas
Fantasias do perfeito
Onde não há compaixão...
Dêem flores aos artistas
Que evitam a verdade
Nos escondem da maldade
Em um circo sem razão...
São palhaços da cegueira
Domadores de destreza
Que impedem que a tristeza
Contamine a diversão...
Salve, salve o grande público
Que se encanta com as trombetas
E aplaudem malabares
Que desviam atenção...
E a banda que não para
Ensurdece, cega e cala
Em um palco que divide
Não reparte nosso chão...
Pois o show que agora acaba
Recomeça, só separa,
É pra poucos não repara
O que vem na outra mão...
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