Ela parece arder
Em derradeiros graus
Ela morde o lábio
Ela é muito hábil
Pois arrasta quem quiser
Pro seu chalé no caos
Ela parece a flor
De algum jardim do céu
Mas nasceu no lodo
Ela é puro engodo
Que inebria o amador
De aromas a granel
Pra envenenar com seu mel
Ah, se ela fosse um suvenir
Um mero chamariz
Nada teria pra sentir
Por baixo do verniz
Mas ela gosta de mentir
Tem a lábia de uma atriz
E sabe muito discernir
O que se diz ou não diz
E só diz o que não pensa
Bêbada de indiferença
Mais fácil a lua diluir
E o oceano carburar
Que ela amar um homem
Permitir que domem
O animal sem nome
Que um dia ela aninhou
Dentro de seu bibelô