Eu sou tropeiro dos pampas
Vivo na estrada andando
Repontando boi de raça
Pros frigoríficos levando
Eira boi e oi boiada
Com o gado vou gritando
Puxo a guaiaca pra frente
Nota de mil está sobrando
Mas levo a vida pobre
Que é pra não sofrer chorando
(Eira boi, eh saudade)
De São Borja pra Rosário
Pra Livramento também
Repondo boi pela estrada
Não é preciso ir de trem
E a tropa mais pequena
Que eu levo é de mil e cem
Enfrento o sol e a poeira
E as chuvaradas que vem
Gasto a metade dos cobres
Com as chinas que eu quero bem
(Vamos encostar a tropa, companheiro
Tá na hora de a gente tomar um chimarrão. Eira boi!)
Eu não quero me casar
Pra não viver amarrado
Boi solto se lambe todo
É como diz o ditado
Quando chego num fandango
As moças me faz agrado
Mas o tal de casamento
Já vou deixando de lado
Eu sou tropeiro dos pampas
Não posso viver casado
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