Meu nome é preto du e não me venha perguntar
Antes que você pergunte eu já vou lhe adiantar
Porque preto no meu nome se eu tenho a pele clara?
A resposta é bem clara! ã, ã, é bem escura
Então encara essa loucura com bastante lucidez
E escuta a história que eu conto pra vocês
Era uma vez um menino que nasceu, cresceu
Tendo tudo muito fácil, se desenvolveu
Mais de pensamento ágil, como poucos tem
E que se desviou da linha do trem
Tem vergonha de uma história onde ele mesmo explora
E é nessa hora de vergonha que seu pensamento aflora
E aflorou, feito uma primavera
Então pra esse menino começou uma nova era
Era de revolta, e de conhecimento
O pano branco é da paz? com que embasamento?
Foi lá no dicionário procurou e achou
P/a/z
Pensou, pensou e logo constatou
Não tem, nada, a ver
Com dominação, com escravidão,
Discriminação, racismo, cinismo
Apaguem as luzes: - vai estudar melhor o iluminismo
Preto du (violentamente pacífico)
(violentamente pacífico)
Preto du (violentamente pacífico)
(violentamente pacífico)
Eu podia deixar a correnteza me guiar
Mas nãoooo, eu remo contra a correnteza
Bote fé vai ser difícil mas um dia eu chego lá
Então, pode ter certeza
E pra aqueles que estão boiando sem canseira
Um dia vão cair numa enorme cachoeira
E aí por mais que você chore, que você grite
Se escapar, já vai estar na mira do meu rifle
Aprendi que a raiva é necessária
Ela me da força pra vencer nessa batalha
Alimento os sentimentos que habitam no meu corpo
Os pensamentos tão escritos para quando eu estiver morto
Louco? sou sim, pode me trancar no hospício
Mas mudar minha ideologia vai ser difícil
De - ne - gri - da
Esse nome vai, deixar sua mente possuída
Vou te ferir e jogar sal na sua ferida
Vou denegrir, com minha letra atrevida
Privilégio, no colégio
Na saúde, no comércio
Religioso, eu tenho porque eu tenho pele branca
E quem tem e não se manca
Mente pra si mesmo e se engana
Com a historia de primário e insana
Se tem negros completamente embranquecidos
Sou um branco completamente denegrido
Preto du (violentamente pacífico)
(violentamente pacífico)
Preto du (violentamente pacífico)
(violentamente pacífico)
Cotas para negros, a elite se impondo
-"racismo as avessas" alguns brancos supondo
Que o preconceito pode aumentar
Que a qualidade de ensino vai fraquejar
Haha, muito engraçado
Fale por você e não por quem ta do seu lado
Te faço uma pergunta me responda com cuidado
O teu preconceito teria aumentado, aumentado?
Se teu preconceito aumenta, tu é preconceituoso
Se o ensino despenca o professor é perigoso
Que se foda, a discriminação racial
O objetivo das cotas é ascensão social
Quantos negros na tv nós vemos?
Quantos negros no poder nós temos?
Quantos escritores negros nós lemos?
E o que fazemos?
Não fazemos nada
É como se uma historia inteira fosse apagada
Mas não se apagou, (her) se superou
E aqui estou, como um professor
Pra te dar uma lição, uma aula
Guarde na tua alma, mas tenha muita calma
A verdade dói, mas o que arde cura
E pros cabeça dura a solução é a sepultura
Refrão
O saque ta no pseudônimo, na provocação
Preto du, aquele que não precisa não
Se dizer, afirmar afrodescendente
Negro, pra ser aceito entre a gente
"mais negro que muitos negros", na moral
Se eu falasse isso, me sentiria irracional
Sou eduardo filho que no trilho racial
É branco no nome e condição social
Pros mestiços ou radical ao quadrado
Mais cedo ou mais tarde, a vida vai te dar o recado
Nem todo branco é inimigo, nem todo preto é aliado
Nem todo branco é inimigo, nem todo preto é aliado