Não vais pedir perdão
Por não seres quem eu vi
À luz falsa da paixão
É apenas minha a falta
Só por não condizeres
Com a visão tão alta
Que eu quis ter de ti
Não há muito a fazer
Tu não mudaste nada
Eu é que estou pior
Sou alma condenada
A amar a ideia do amor
Essa lente desfocada
Que engana o amador
Apaguem essa luz, apaguem essa luz, falsa
Ela à primeira vista
Não há quem lhe resista
Depois há sempre um quê
Que nem eu sei bem dizer
É um mal que desaponta
Nunca mais vou aprender
Apesar da minha conta
Tu dizes que o amor
É como abrir gavetas
Ver tudo o que há lá dentro
Quebrar o brilho à montra
Até cortar a mão
E gostar do que se encontra
Em cada vidro do chão