Alguma coisa trouxe a primavera
Alguma coisa que não era triste
Logo me pôs a calma que se espera
De uma outra Era que já não existe.
E do meu peito libertou-se a fera,
E uma paixão me fez correr floresta,
E eu me perdi a imaginar quimeras
De uma outra Era que não era esta.
Por entre deusas eu bebi do vinho,
Enquanto a Aurora vinha no caminho
Prenunciar-me o dia de amanhã.
Foi nessa hora que eu me vi sozinho,
E num delírio ouvir dos passarinhos
Que o meu amor é coisa temporã.
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