Eu venho do campo, da essência campeira
Queimando cartucho, e matando cruzeira
Pois sou um gaúcho, que o tempo moldou
E pra vida soltou, sem eira nem beira.
Sou filho da terra, e a terra me ampara
Tenho atitude, e vergonha na cara
Não nego minha origem, sou rude sou macho
E a onça despacho, a "cutuco de vara"
Mas trago em meu peito uma ânsia terrunha
Manejando lança tacape e garrucha
Demonstrando a força que tem esta raça
E a razão que abraça esta alma gaúcha.
Vou taureando a vida, aos "tapa e mangaço"
Seguro e certeiro, em tudo o que faço
Laçando virtudes, que o tempo me nega
E se a justiça é cega, eu sou firme no braço.
Aonde eu passo, vou semeando história
E abrindo a planchaço, insanas memórias
Piso na injustiça, de bota e espora
E a razão me escora, calçado de glórias.