Ao verso o tempo
Não é o mesmo tempo
Que enruga a face
E entordilha a cerda
Ao verso o tempo
Não é mais o tempo
Que gira o mundo
De girassóis estrelas
Ao verso o tempo
Não é mais o tempo
Não cobra o corpo
As ilusões perdidas
Nem lastima a alma
De quebrantos
De nós juntamos
Percorrendo a vida
Pois se remoça
Quando encontra o sumo
Da alma nova
De quem lhe conhece
Se faz eterno
Infinitos rumos
Que por ser verso
Jamais envelhece
Ao verso o tempo
Não é o mesmo tempo
Que afoga os dias
Junto os calendários
Que traz saudades
Em forma de lembrança
E em sua dança
Nos encontra calvário
Ao verso o tempo
Que sevou legado
De não ser passado
E não ter hora certa
De romper silêncio
E transcender a morte
Mantendo viva
A alma do poeta