Vi o moleque, lambendo barro, fazendo cara de bravo por não ter o que cumê.
Tava parado, bucho quebrado, o corpo todo rajado olhando fixo pra você.
E nos gritos, de um doente, num adianta falar oxente pra essa situação.
A carniça fede longe, e lá por detrás dos montes mais um morre na sua mão.
Bucho Quebrado!
E na miséria, vive assim, só esperando a hora que irá voar
Não importa, conversa torta, o sangue em sua mão não tem como mais lavar.
O desespero, no aconchego, e começa a gritar sem saber o que fazer.
E vai caindo, vai sumindo, na esperança que alguém possa lhe dizer por quê!
E ninguém vai dizer por que o bucho quebrou!
Vão dizer com mentiras que o dinheiro acabou!
Que a morte é o destino, que não dá pra fugir!
E que não são culpados pelo que houve aqui!
Mesmo atolados até o pescoço!
Continuam suas vidas me dando desgosto!
Não param pra ver o que acontece ao redor!
Olha só pro moleque, uma tripa sem nó!