Olhando pela janela
Vejo por todos os lados
Engenharia de terra
Presa ao telhado de barro
Mal lavado
Quem tem paz pra vender?
Moleque anda descalço
Chega com o pé molhado
Não tem mais "fut" na rua de baixo
Tá tudo alagado
Quem tem paz pra vender?
Não espera por mim
Traga a luz bem acima de mim
Pela várzea do espelho demais
Paranauê
Traga só minha sombra, ou mais
Te espero na esquina de trás
A vista da tribo que lembra meu canto ou campo
Pra mim tanto faz
Ôoo, ôoo, ôoo
São Jorge, por favor
Já não te peço mais um sonho meu
Já não te peço nada
Mas eu pedia
Fui te implorar
Aonde o bairro e o lar
Pudesse me escutar
Parados meus inimigos, mantenham os pés no chão
Que não me cansem, não me alcancem, sem revanche a condução
Que te leva a acreditar num sonho que se tem
Mas aliado aos meus senhores se transformam em refém
Porém, eu creio um dia, eu posso acreditar
São jorge traga ao povo a paz pra guerra se acabar
É a luta que eu levo, prezo e menosprezo
Sobrando a impunidade nas mãos de quem mais desprezo.
E a força do povo, voz da dignidade
Vai derrubar o império da saudosa majestade
Que com nosso salário, com nosso suor
Construíram seus castelos com o do bom e do melhor
Já chega!
Eu to cansado de sofrer
Se Deus não tem, quem tem paz pra vender?
São jorge meu guerreiro, minha última opção:
Deus já tá exausto de tanta oração