Canoa levada no vento sem remo, sem força, desprende
Agora é essa a sua sina estar à mercê da corrente
E tem por certo o seu destino, apesar dos afluentes
Que ao rio se agarram num fio de muitos rumos diferentes
Mesmo que os braços de rio deixem incerta a certeza que havia
O rio é caminho selado, não se perde nem desvia
As pedras de um caminho errado é preço, é dor que nos faz partida
São curvas tão sinuosas, esses meandros da vida
Mas há, no fim, destino certo pras águas da despedida
Desaguar no oceano, de todas as idas e vindas
E tudo é uma jornada, o rio, uma estrada que o sol anuncia
E tudo já parece feito que não tem mais jeito, é só a travessia
Ei, canoa! Ei, canoa! Ei, canoa, onde você for me leva!