Os filhos de Adapa
Tornaram-se tantos
Trocaram as matas
Pelos pastos e campos
E assim nasceu a civilização humana!
Os filhos de Adapa
Tornaram-se prontos
Nos ofícios, nas artes
Na escrita e no canto
E assim nasceu a civilização humana!
Mandem chamar
Que venham aqui
Os filhos mais velhos
De Adapa e Titi!
Mandem chamar
Ka-In e Abael
Pra receberem
Presentes do céu!
Para Ka-In
Concedo o instrumento
Pra cultivar no chão
O alimento!
Para Abael
Este belo animal
Mandei trazer
De minha terra natal!
E assim nasceu a civilização humana!
Os filhos de Adapa
Depois de alguns anos
Exibiram seus feitos
Para deuses e humanos
E assim nasceu a civilização
E lá foi Ka-In
Com um ar de importância
Cestos de frutos
E grãos em abundância
Então Abael
Com irreverência
Mostrou orgulhoso
O rebanho à audiência!
Nunca antes havia nascido uma ovelha na Terra!
Nunca antes havia descido um cordeiro dos céus!
Nunca antes se tinha tecido a lã de uma ovelha!
Nunca antes se tinha provado uma carne tão tenra!
Toca pra fora daqui
Com seus animais imundos!
Isso é trabalhar? Se embriagar?
Seu bêbado vagabundo!
Não se sinta tão menor
Se eu sou o favorito!
Se eu faço melhor, se eu sou o maior
E sou até o mais bonito!
Não faça pouco de mim
Ou será triste seu fim!
Nem tudo que faz, você faz melhor
Ou eu não me chamo Ka-In!