Deixe-me, é demais pro meu coração
Não dá mais, não agüento mais outro não
Tenha dó, (ai) purga-me deste estranho amor
Que dói demais, e me maltrata por onde eu for
Deixe-me, há de ser bem melhor assim
Pois este amor já desenha seu triste fim
Veja só, (ai) não maltrate este pobre ser
Que só quis ter você como agora o quer
Por demais eu lutei para te esquecer
E quis saber o que tinhas em ti, mulher
Relutei, mas sucumbi pra meu dissabor
E essa dor vai marcar, esteja onde for
Como fruto natural das ocas relações modernas
Eu vejo um insurgente amor
Que busca a verdade de sua existência
Em tempos de agonia, sua própria agonia
Ele sonha viver alheio à toda essa frivolidade
No afã de deixar escrito algo
Nessa extensa estrada em que se desenha o desconhecido
Mas enquanto muitos se vertem
A buscar a ele que fatalmente os completa
Eu vejo triste que este se dá às metades
Às migalhas, a quem nunca intentara tê-lo enquanto verdadeiramente seu
Deixe-me, nossos sóis já não brilham mais
Vá então, e abandone este triste cais