Eu venho do brilho mais forte do sol
Da falta do verde, da sede do chão
Dos campos de fogo bem atrás dos quintais
Mas venho do branco sagrado do sal
Dos velhos moinhos que não giram mais
Das dunas, salinas bem atrás dos quintais
Eu venho de lá do oco do mundo
Onde dorme o trovão em silêncio Profundo
E o vento levanta a poeira do chão
Maravilha, ilha branca, peixe no anzol
Lá o sol queima o mar e prepara o sal
O inverno termina e começa o sertão
Lá é norte, onde a seca impera castigante
E a única água que corre abundante
É da fonte que jorra dos olhos do seu povo
Mas nada na vida, nada é eterno
Um dia quem sabe por lá é inverno?
E meu norte é verde, é vida de novo
Companheiro meu, desculpe hoje eu vou sozinho
Vou correr o mundo, vou seguir caminho
E só paro onde o coração mandar
Corre trem do meu destino que a vida é curta
Voa, vai ligeira, sempre tá com pressa
Nunca faz parada em nenhum lugar
E gira sol perdeu a cor
Desbotou, não gira mais
E gira o sol
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