A gente junto nos achamos pouco
Que sempre muito procuramos ser
Que juntos nunca descobrimos tudo
Que nada vemos por dentro da gente
A gente mente, sente, deita ao vento
Como se o vento fosse a nossa cama
A gente chama, cisma, sofre, inflama
E não se toca do que a gente sente
Ah, em mim a imensidão ah nunca mais
Se encheu completamente
Pedi a sua voz de gente
Que diga a toda voz quem somos nós
Que a sós no chão da estrada
Nos perdemos nus
E nus pelas calçadas nos achamos sós
E seja como for
É a dor da própria cruz
As nossas semelhanças desiguais
A gente junto sempre tantas vezes
Se amamos ontem já passaram meses
Se amamos hoje fazem dez segundos
Se amor, a gente sente siameses
Se a fundo vamos raso é o nosso tempo
Se é raso o tempo a fundo somos leigos
Se arde em chama bruta o nosso beijo
Os lábios meigos cessam nossos planos
Ah, em mim a imensidão ah nunca mais
Se encheu completamente
Pedi a sua voz de gente
Que diga a toda voz quem somos nós
Que a sós no chão da estrada
Nnos perdemos nus
E nus pelas calçadas nos achamos sós
E seja como for
É a dor da própria cruz
As nossas semelhanças desiguais...