Se alguém me perguntar
És feliz?
Que direi?
Minha felicidade
Vive esquecida
De si mesma
Não se reconhece
Vive apartada
De sua alma mundana
Sua metade cambaleia
Insana
Nas madrugadas
Seresteiras
Volta sempre
Aos mesmos lugares
Onde cantavam a troçar
Dos amores perdidos
Minha felicidade
Sem identidade
Em certos repentes
Retorna aos dias
Das loucas paixões
Em rasgos dementes
Recorda o tempo
Em que sua alegre alma
Com ela vivia
Pobre alma hoje à míngua
Mendiga versos
Esvoaçantes
Entre copos esquecidos
Relembra os amores
Perdidos nas mesas
De bares-fantasmas
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