Eu sou Artur, Artur Arão
Meu brado é um trovão,
Artur Arão e já te arrepia o pelo.
Eu sou Artur, Artur Arão
Um quarenta e quatro na mão
Frente à comparsa no ofício de tropeiro
Era taura o índio quebra da terra dos Jerivás.
Que ali no Passo da Pedra um dia veio morar.
O gaudério era maleva, foi maleva o gaudério,
Mandava pro cemitério quem ousasse lhe enfrentar
Peleando co´s provisórios do coronel Oliveira,
Galopeou feitos inglórios, do chão levantou poeira.
E o nome Artur Arão, o nome Artur Arão,
Nestas plagas ganhou o tom de espantar à terra inteira.
Ao pai queria vingança, entregue pelos gendarmes,
Morto pelo Negro Lança. Covardia miserável.
Astuto rastreador, rastreador mui astuto,
Deixando rincões de luto foi justiceiro implacável
Na refrega caiu ferido, sua morte é um mistério.
Teve o corpo protegido pelo benzedor Desidério.
Marchas largas, sangue quente. Sangue quente, marchas largas,
Revoluções . Vida amarga foi à saga deste gaudério.