Na vitrine outro anuncio de algo novo
Onde o novo não inova na verdade
Pelas praças, nas esquinas e nos becos
É a sépia poesia das cidades
Onde o perigo perambula nos botecos
Enquanto as mães se humilham com bravura
Pra ter sempre o melhor para os seus filhos
E sonhando com roupas de formatura
(Percebem que o nada hoje é diferente
De tudo o que lhe prometeram pra amanhã
A violência continua a toda sorte
Outro John Lennon assassinado por um fã)
Se em algum lugar ter abismos e canções
Então deve haver outras opiniões
Tantas marchas em guerras
E tantas procissões
Povos migrando de outras terras
Quais são as suas intenções?
E os olhos corroídos de cansaço
E abraço só tem o do travesseiro
A família então espera um outro cheque
De quem vive pra juntar algum dinheiro
É gente matando o outro por bobagem
E a vantagem é que nem sempre somos tolos
A saúde anda doente, pelas pernas
Estão trocando o nosso sangue por ouro
(E mesmo assim o nada hoje é diferente
De tudo o que lhe prometeram pra amanhã
A violência continua a toda sorte
Outro John Lennon assassinado por um fã)
Quem conta os patos da lagoa?
Capivaras e ladrões?
Há tanta gente boa
Outras não
Com você o meu tempo não voa
Então não solta minha mão pois
Afinal o que eles querem
É distorcer a minha razão
Hoy me voy
"A Ana gosta de alecrim, disse sorrindo para mim
E hoje o dia tá tão frio, mas mesmo assim não tá sombrio!"