Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz
Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno que manso desmaia
Se o canoeiro lhe contar o caso
Da sucuri que engoliu o boi
Não duvide dele
Só pergunte a ele como é que foi
Se o ribeirinho quiser lhe ensinar
A se aliviar de ferrão de arraia
Por favor não ria
Pois a simpatia é rabo-de-saia
Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz
Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno do rio Araguaia
Se a lavadeira lhe falar do filho
Do boto com a donzela
Não ponha descrença
Essa nascença foi no rancho dela
Se o Carajá lhe contar que a chuva
É o pranto de Cananchuê
Pode acreditar
Pois se duvidar, pára de chover
Venha ver voando uma leve garça
Na graça branca de uma paz
Que sobrevoa essa beleza
Como só a natureza faz
Venha viver um pouco mais
No aconchego dessa praia
E ver a mata embalar no colo
O sol sereno do rio Araguaia.
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