Percebem o som da porta abrir uma sinfonia
Abortam os segredos numa estampa sem camisa
Guardam aquele zap contra qualquer espadilha
Entendem o mistério da presença sedativa
A extensão da sombra só esconde o tabu
Em Pernas bronzeadas e covas ardentes
Suas línguas em dois saltos incendeiam o corpo nu
Terminam nas gargantas em frases inocentes...
Então, dois corpos rolam pelo chão
Veias latejantes não sufocam ironia
Zumbis dão meia-volta, oferecem garantia
Pescoço contorcido como a torre de pisa
Deliram seus venenos na degola sem camisa
Os olhos vêm salgados por tempero de pureza
Tremem-se unidas as cinturas escaldantes
Os dedos fazem nós, parecem possuídos
Gemidos são concertos nos ouvidos dos amantes
Engatam seu abraço em corda de marinheiro
Segue aquele laço até embaixo do chuveiro
Carinho vira amasso, arrepia logo tudo
O suor fica no ralo para o arquivo do banheiro...
Então, dois corpos rolam pelo chão
Talvez seja errado perguntar ao pecador
Porque sempre esquiva quando falam de amor
Seria só um quique do silêncio relutante
Ergueria seu troféu gravado: Sou muito excitante!
Carmas embalados com presentes de incêndio
Transformam faraós em filhos de camaleão
Mudando suas roupas ensopadas de perfume
Esquecem que ciúme é mais um prego no caixão...