Na escuridão a andejar saudades
Busco o horizonte a se perder no olhar
Sorvo distâncias no sabor da estrada
Passando a noite que me vê passar
Alma legüera silenciando a noite
Na imensidão a desenhar fronteiras
É a madrugada que vem se chegando
Aonde o céu vem me abrir porteiras
Quando o céu abre porteiras
E o silêncio encilha as horas
A noite figura estrelas
Na roseta das esporas
Este silêncio de amansar saudades
De olhos negros de invejar estrelas
Longe da prenda eu sou só estrada
E invento atalhos pra poder revê-las
E nas rosetas do meu par de esporas
Refletem estrelas que descem do céu
Riscam o pêlo do meu baio ruano
Depois se escodem sobre a copa do chapéu.
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