Também - de pedra - meu cantar não se termina
Caído ao solo beijo a terra e escrevo a sina
Terra vermelha é minha cor no arrebol
Pois tenho sol no sangue em paz que me ilumina.
Também, de bronze, estou de joelhos catedral
No pedestal que cala os sinos, faço prece
Quem não merece - a terra em si - terá perdão
Pois gratidão a vida tem e nunca esquece
Seguem aqui ruinas índias e horizontes,
Bebendo a fonte do silêncio natural
Senti teu cheiro, mãe divina, em berço livre
Hoje o que eu tive foi tua benção, catedral
Seguem aqui, hoje emplumados guaranis
No bem-te-vi, no joão-barreiro e entre os guardiões
Querendo sempre querer mais o quero-quero
Sei o que espero e busco, aqui, muitos perdões
Também de vento estou soprando - em ti - templário
No pedestal que fala o tempo a crosta esquece,
Ouvindo os prantos que derramam tua imagem
Achei coragem e sou guardião com pena e em prece