A sombra fresca da figueira velha
Se estende longe em frente das casas
Como a clamar a que os campeiros
Se acheguem cedo pra desencilhada
Xergões, caronas ficam estendidos
Secando mansos para outras horas
E as barrigueiras meio desfiadas
Guardam consigo a rudez da espora
Por mais que as tardes se mantenham quentes
Num sol a pino de abafar os dias
A alma velha se encontra a sombra
Mateando sonhos em tua geografia
Se os ventos Sopram por longas planuras
Vem os teu galhos embalar cantigas
Tornando as sombras cada vez mais frescas
Oreando garras para outras lidas
E vem os tempos em que a própria vida
Não dá guarida e nos nega estribo
Então me vejo a repisar meus rastros
Tendo a figueira como eterno abrigo
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