O tempo correndo das mãos do velho destino
A vida passando por sobre a imensidão
O velho deitado e olhando o pequeno menino
Brincando com grãos de poeira espalhados no chão
Algum passarinho alinha-se a beira do ninho
Alimenta com a vida mais uma prole a cantar
A semente que rola do bico deste passarinho
Fecunda o leito da terra disposto a brotar
Estes olhos que olham pros campos
São os mesmos que dispõem-se a chorar
São os olhos que derramam a brisa e os que enchem o mar
Nas visões que transbordam de cores nossa consciência
Ou nos vastos caminhos da nossa imaginação
Impressão microscópica de toda uma vivência
Um olhar distraído descobre uma fecundação
Os anos vagueiam em silêncio e se perdem nos campos
Os dias soprados com o vento espalham os grãos
O menino observa em seus olhos as rugas e o pranto
Desconhece a maturidade e aperta sua mão