Por todos os cantos, todos os lados
Ruminando o desejo de ser desejado
Esboço boçal do sonho adiado
Com o sorriso amarelo num velório agendado
Na arquibancada, cobiçando o gramado
Rezando na missa de um dodói excitado
Olha o guri fardado correndo assustado
Num evento surpresa tão bem divulgado
Com sede nessa enchente
Vai boiando conforme a maré
Muita calma, minha gente
Sempre dá pra piorar
E o pior é massa
Pro idiota idiotizado
Idiotizante idiotizando
Como quem não quer nada
Como quem não quer nada?
Um embuste no palco sendo premiado
De pernas abertas aliciando um tarado
Fritando na areia, corpo estatelado
Carcinomas formosos no seu bronzeado
Batido mimimi clichê arrombado
Se tiver que pensar, ficou complicado
Imbecilidade que não tem feriado
Cagando o futuro, inventando o passado
Proliferando germes
Procriando feito coelho
Criando vínculos empregatícios
Com a própria estupidez
O idiota idiotizado
Idiotizante idiotizante
Como quem não quer nada
Como quem não quer nada?