Foi com essa armadilha
Que o piazito inocente
Deixou rastro e fez trilha
Na história da gente
Cerquita de osso
Com porteira e laçada
Que se fecha o pescoço
Da perdiz condenada
Este triste cenário
Que faz parte da estampa
É o seu próprio calvário
Encravado no pampa
Onde as penas do homem
Se entreveram no trilho
Com aquelas que comem
Um pouquito de milho
(Mundéu, mundéu
Mundéu, o que é?
É um rodeio que o céu
Num aparte de fé
Leva as penas da terra
Mangueadas a pé)
Vê o tempo que passa
Permitir que lhe cobre
A licença de caça
De um consumo tão pobre
No galope da vida
Vai perdendo distância
Mendigando comida
No mundéu da esperança
A porteira futura
Não está mais aberta
E a laçada amargura
Cada vez mais aperta
Na verdade são penas
Que tropeou em criança
E que agora apenas
Vêm brincar de vingança
(Mundéu, mundéu
Mundéu, o que é?
É um rodeio que o céu
Num aparte de fé
Leva as penas da terra
Mangueadas a pé)