Na manguera
Da fazenda do Lajado
Conheci um boi maiado
Descaído como quê
Tempo de moço
Quando eu era candiero
Boi Maiado era ligero
Trabaiava com você
Boi de carro
Hoje véio rejeitado
Seu cangote calejado
Da canga que te prendeu
Boi de carro
Eu ainda sô teu cumpanheiro
Eu tô véio sem dinheiro
Teu destino é iguá o meu
Boi de carro
Sem valia tá afrontado
De puxá carro pesado
Costume que os patrão fais
Eu trabaiei
Trinta ano e fui quebrado
Do lugá foi despachado
Diz que eu já não presto mais.
Boi de carro
Seu oiá triste parado
Ruminando já cansado
Cô desprezo do patrão
Boi de carro
Eu também tô ruminando
Essa mágoa vô levando
Dos home sem coração
Boi de carro
O seu dia tá marcado
Pro corte foi negociado
P'rá mata no fim do mes
Adeus maiado
Meu sentimento é profundo
Vou andando pelo mundo
Esperando a minha vez