Seja ápice ou sarjeta
Leito de rio ou alto mar
Livro abertou ou caixa preta
Mas venha me buscar
Vento frio que me projeta
Tão ingênuo a procurar
Nos maranhos da floresta
Uma razão pra acreditar
Que dançar fará chover...
Corpo físico ou holograma
O concreto a vacilar
Na vertente se derrama
Água para apaziguar
Fogaréu que se proclama
Como sempre a se encenar
Nos confins do melodrama
Relutância de escutar
O tambor a trovejar...
Murro em ponta de faca
Trabalhar a pedra
E fazer surgir a adaga
Eu vou dançar sem trégua até ver chover
Até as nuvens encardirem
E acreditar
Que fui eu
Com meu batuque e minha voz
Que fui eu
Quem impôs sombra a tantos sóis
Pois sou em parte eles bem como eles me são
Eu sou de todo deles assim como eles são
De todo meus.