Na cidade sem cor
Só lhe dão solidão
Nas esquinas da dor na cidade sem cor
Se você vacilar vão te atropelar
Abelhas no meu refri só me fazem pensar
Faltam flores por aí, onde elas foram parar?
Ir de carro na esquina é a última moda
Os carango viraram nossas cadeiras de roda
É o planeta umbigo, cada um no seu vidro
E a televisão é quase um ente querido
O cachorro já foi o melhor amigo do homem
Hoje dia é o smartphone
Se viver é um prêmio, três pedido pro gênio
Uma árvore, um rio e um trago de oxigênio
Só que eu olho ao redor e não vejo as família feliz
Como nos comercial de margarina, me diz
Quem será que gosta de sangue mais
Os pernilongo, os vampiros ou os jornais?
O passado é um presente pra colher no futuro
Só que a gente mata o tempo pra receber o seguro.
Na cidade sem cor
Só lhe dão solidão
Nas esquinas da dor na cidade sem cor
Se você vacilar vão te atropelar
Mansões com muros de Berlim só vem mostrar
Que o mundo ainda continua bipolar
Dividido, separado
Quem tem, quem não tem, cada um pra um lado
A maioria aqui não sabe o que que é comunismo
Mas sempre socializa o arroz com o vizinho
Reparte a miséria com carinho
Divide memo quando é pouquinho
Coreia, Seoul, Brasil, seio do mundo
Quantas favela cabe num latifúndio?
Quanto perdão cabe nesse coração de uma figa?
Qual que é a capacidade?
Me diz, quantos giga?
Na esquina da dor com a melancolia
Só quem mora na rua sente como a cidade é fria
Lotada de gente, vazia de amor
Só lhe dão, Solidão nas esquinas da dor
Na cidade sem cor
So lhe dão solidão
Nas esquinas da dor na cidade sem cor
Se você vacilar vão te atropelar
Solidão dão, dão, dão
So-solidão
Só lhe dão, dão, dão
So-solidão