Ah... eu sei que existe por aí...
Uma tal de tolice que não deixa pensar,
Uma tal de pressa que não deixa ficar.
Ah... eu sei que dizem por aí...
Que todo mundo diz que o vento pode levar,
Que pra ser feliz o acaso pode ajudar.
Ah... quem me dera desadormecer!
E aquecer os meus sentidos,
E acordar os meus amigos.
Quem me dera acreditar
Em um segundo de reflexão,
Que o raciocínio sobreviverá
E não a imitação!
Hei! Hei!
É proibido,
É proibido pensar?
Maria disse que gosta, mas não sabe porque,
João me diz que maria nunca vai entender.
Maria nunca pergunta, quer sempre obedecer.
Como se fosse possível não pensar... e "ser"!
Ah... quem me dera desmodernizar!
E reprogramar alguns sentidos,
E religar os meus amigos.
Quem me dera acreditar
Que todo mundo tem um coração,
Que o pensamento sobreviverá
Na minha geração!
É esse não sentir, um dissabor, pra que repetisse.
É esse não pensar que se inflama em tolice.
Foi esse extremo tolo que um dia me disse:
"Te vendei os olhos para que não visse.
Te algemei o tato pra que não sentisse.
Tapei teu ouvido pra que não ouvisse.
E enfim,
Tirei teu tempo pra que não refletisse!"