Quero dancar vaneira, danca do meu pago
Compasso de primeira, pra se espalhar largado
No sorriso dela como a noite voa
Receita da boa pra um peito tapera
A cordeona ronca tapada de poeira
Sempre mui faceira nunca se remancha
E se o galo canta, taura no poleiro eu bem fandangueiro
Me atiro na danca.
Eu meto um tranco velho, garboso e bem debochado
Rodopiando pros lados num jeitao bem dancador
Chapeu de aba larga bota nova reluzenta
Trago a alma pacholenta e um gosto por baile e flor.
Nem que o fole estoure e sofra acordeona
Que a penumbra nao roube o olhar da dona
Que tem o sorriso pra ser meu cambicho
Que baila no xixo comigo esta noite
Chega o fim do baile e o pingo sogueiro
Relincha matreiro, coiceando a mangueira
Alco a perna, monto e rebenqueando o "tubiano"
Saio assobiando de pronto a saideira.