Verdade pela metade
Não é verdade
Verdade pela metade
É fraude de identidade
Ela é perigosa
Mais que venenosa
Mas pode te enlouquecer
No início, pode ser gostosa
Na satisfação, te dando prazer
Com o tempo, consome a verdade
Destrói o melhor, simples vaidade
Que passa na mente fazendo um estrago
Enchendo o vazio que destrói o caráter
Depois fica sem limite
Espalhando pela city
Fica passando pra frente uma mentira existente
Fixada na mente, verdade incoerente
Cada dia ele insiste
Na história que consiste
Na mentira frequente
Que te prende à corrente
Invisível dos olhos
Mas sentida na mente
Bolsa Miséria, a mentira impera
Riparam nossos ouros
Nos deixaram na miséria
Crianças fumam pedra
Das escolas, tão tirando as verbas
Isso é uma grande sequela
A falta de educação
Aumentou o crime na favela
Boy querendo ser favela
É por que nunca teve fome
Sem ter o que pôr na panela
Eu tive fome e não me destes de comer
Eu tive sede e não me destes de beber
Eu estive nu e tu não fostes me vestir
Eu estive preso, eu estive doente
E eu não fostes até a mim
Sua mão não estava na glock
Não tava no oitão
Mas foi você que puxou o gatilho
Ao limitar a educação
Quando pivete, eu ia à escola
Mas como eu ia estudar?
Com a barriga lá roncando
E eu só pensando em merendar
Frenética, estética, perversa
Circunflexa, perigosa, espantosa
Sósia maliciosa
Faz pensar de todos
Que estão em minha volta
Nunca foi autêntica
E tão pouco preciosa
Quer levar a todos, numa visão de glória
Na frente, com ela, já vejo sua derrota
Com ela, muda toda uma trajetória
Uma mergulhada para um buraco sem volta
Já dizia os velhos
Que ela tem perna curta
E que mais tarde
É mostrada a verdade oculta
Mata, fere, ajuda
Na corrupção é mão de via dupla
Sustenta, protege e acusa
A máfia do palito dela, fez conduta
Engano, fraude, erro, falsidade
Influência na vida de uma sociedade
Afirmação, contrária da verdade
Ilusão da alma, pensando perversidade
Falsa moralidade
Roda em todas as cidades
Está no meio do planalto
E já invadiu privacidade