Diferentes zonas, diferentes áreas
diferentes sombras no mesmo chão que passa
diferença prevalece na cidade que amanhece
o pobre envelhece, o rico não empobrece
problemas viram prece, mansões viram fortalezas
sinal fechou prum lado, pro outro a luz tá acesa
Vejo dois emisférios revesando igual estéreo
quem tem posse do império?
o que eu te falo é sincero, nosso caso é sério
qual será o critério?
A balança aqui tem dois pesos de um lado só
equilíbrio inexistente é visível e não tem dó
Vivo entre os prédios grandes
e os egos bem mais enormes
o Cristo que abraça à todos
e os poucos que abraçam a sorte
a lei que massacra os fracos
a justiça que ajuda os fortes
o mundo gira ao contrário
e o senso já perdeu seu norte
Meus olhos vidrados na tarde que cai indo embora
vislumbrante paisagem no berço carioca
eu tô na direção do azul que dá adeus
sei bem ali na frente gente com sonhos iguais aos meus
na Marginal, na Brasil na estação e no metrô
os que não tem
os que tem mil
quem construiu
quem explorou
Vejo dois emisférios revesando igual estéreo
quem tem posse do império?
o que eu te falo é sincero, nosso caso é sério
qual será o critério?
dividindo o mesmo espaço, verdade que nos consome
tem fonte, tem nome é dos homens não some
não nos leva a longe
Vivo entre os prédios grandes
e os egos bem mais enormes
o Cristo que abraça à todos
e os poucos que abraçam a sorte
a lei que massacra os fracos
a justiça que ajuda os fortes
o mundo gira ao contrário
e o senso já perdeu seu norte
E é isso
a balança e os dois lados desde o início
quem avança e o atrasado nesse ciclo
um não tem e o outro é farto dividindo
os conflitos e os espaços
e é isso...