E se vai, o dia a dia
Em toda a parte
Vida e correria
É a crônica da cidade
Caminhar na avenida mais movimentada
Olhando pra tudo, mas não vendo nada
Pessoas são vultos, a pressa de chegar no trampo
Pro outro lado da rua uma mulher cai do tamanco
Ninguém para pra ajudar, o pensamento em si mesmo
Outro para e pergunta um endereço
Com a cara contrariada a pessoa responde
E volta pro seu cigarro com o pensamento longe
O ônibus passa, vira na próxima esquerda
E uma senhora com raiva, roubada reclama a perda
Poucos ligam, quem roubou a pm procura
Reclamando do salário dentro da viatura
Uma batida olha lá, o motoqueiro caiu
Um carro avançou o sinal, velocidade, nem viu
Saiu sem prestar socorro, ninguém prestou atenção
E o motoqueiro caído, sua vida se esvai no chão
Muitos prédios, alguém deitado na calçada
Resultado de uma noite tensa na madrugada
Bebidas ao lado, garrafa quebrada
Possível mente uma briga, já que a pessoa sangrava
O sol torrando a cabeça, a venda como missão
O locutor faz seu trabalho tentando chamar atenção
A vendedora que sai no seu horário de almoço
Contas pra pagar, pouco dinheiro no bolso
E se vai, o dia a dia
Em toda a parte
Vida e correria
É a crônica da cidade
O trem para, uns descem outros embarcam
Portas fecham, e os vagões embalam
'Olha a água, olha a água' o vendedor passa
Alguém pega a carteira, recebe o líquido e paga
Não longe dali, na estação de metrô
Um objeto cai no trilho por isso tudo parou
Muita gente reclamando, povo ficando atrasado
Mas nenhum trem passa até ser retirado
A tarde vai passando o tempo vai se fechando
A chuva vem chegando e a avenida alagando
O caos se instala, farol quebrado
Pedestre não se arrisca, agora só passa carro
O helicóptero da tv caça tragédia
Alguém foi levado pela correnteza e já era
Os bombeiros procuram, mas é difícil achar
Se encontrar é um milagre do afogamento salvar
Um pouco mais tarde já é horário de pico
O trânsito parado, de assalto aumento o perigo
Ninguém quer chegar tarde e a melhor opção
Ainda que seja lotado, pega corredor o busão
E la na estação, o empurra empurra começa
Uma moça é assediada e nem percebe pela pressa
Alguém é empurrado, começa a confusão
Quase termina em briga, mas fica na discussão
E se vai, o dia a dia
Em toda a parte
Vida e correria
É a crônica da cidade