Chegamos numa grande casa
Paramos na frente para ver se de repente
Entrariamos ou sairiamos daquele lugar
Que era o caos
O caos do desejo comprado a prestação
As luzes da casa brilhavam,
Pisacavam nem tanto serenas aquelas morenas
Que passavam da porta pra lá e pra cá,
Tão ambulantes vitrines cobertas de dor
Apresento-lhes a compania:
Um era louco, era irrequieto,
E o outro, como um santo,
Pagava pra ver o local
E fomos entrando empurrados pelo prazer
E assim que entramos, olhamos aquilo,
Fiquei pensativo e o grande motivo
Era o falso carinho
Que aquelas pessoas que ali conviviam trocavam
Por isso fiquei a pensar na situação
E pensando como se sentiam,
De tantas donzelas, notei que uma delas
Percebia minha presença de um jeito normal
E afinal, de contas em contas, descontos,
Não posso pagar
Então perguntei qual o preço
De um abraço seu
As gotas desceram dos olhos
Caiam, borravam, manchavam
E então me explicavam
Que um abraço nao ia custar
Um tostão