Com o nome de crimes e delitos
Julgam-se paixões, dobram-se os instintos
Mascarando a realidade do desejo que é punido
Em prisões que ferem almas em castigo
Amputado, esquartejado, marcado no rosto
Em pedaços jaz o corpo desaparecido
Pervertido, inadequado, estorvo morto
Espetáculo macabro do culpado vivo
Engrenagens na máquina de morte
Nova ética, higiênica e discreta
Insuperável sensação de grotesca arte
A redenção do corpo que é promessa
A crueldade exige paciência
Consolando toda a dor
Uma fornalha onde acende e queima a violência
A punição quando certeira exige horror
Vigiar e punir lenta agonia
Adestrar, proibir longe das retinas
Vigiar e punir violenta rima
Alienar, coibir ilusão perdida
A cada passo do caminho, ideologia
O próprio ar que se respira, asfixia
Este corpo violado que transpira
O chumbo derretido das feridas
Vigiar e punir lenta agonia
Adestrar, proibir longe das retinas
Vigiar e punir violenta rima
Alienar, coibir ilusão perdida