Ao escutar a ladainha
De quem não pôde evoluir
E despertar com o pesadelo
Dos que temem progredir
Bate logo na cabeça uma vontade de sair
Bate logo na cabeça uma vontade de sumir
Mas pra onde eu vá
Ta a zoeira impregnando o pé do ouvido
Sou um beato, um penitente
Sou um profeta, um indigente
Sou um romeiro, o tempo inteiro
Eu não aguento!
Coma cabeça estourando
O que tenho a fazer
É bater o meu pandeiro
Embolando a dizer toda verdade
Não há tempo a perder
Vou contar toda a verdade
Não tem pra onde correr
E pra onde correr
Mas pra onde eu vá
Ta a zoeira impregnando o pé do ouvido
Sou um beato, um penitente
Sou um profeta, um indigente
Sou um romeiro, o tempo inteiro
Eu não aguento!
Esse lamento insistente de quem não tem o que fazer
a hipocresia alienada dos que dizem libertar
O pensamento programado dos que morrem sem saber
Esse suplício absudo de quem não para pra sonhar
O perigo eminente do fanatismo ao meu redor
O conformismo resultante desse maneira de penar e morrer