Pra cantá de viola é preciso escola
De vezes gabola de meia pataca
Com chapéu alheio quer ir dar conseio
Fazendo rodeio e batendo matraca
Será que não vê que o povo qué sabê
De assunto pra lê e não carne de vaca
Eu digo e sustento cabra de talento
Não tem dois por cento marcado na praga
E desde pequeno nós vem combatendo
Com muito veneno pior que jararaca
Sei que essa lida é uma estrada comprida
Nós não dá saída com modinha fraca
Num tom sonoroso somos caprichoso
E nós canta gostoso se arguém nos ataca
Negô fracassado apanha calado
Nós somos aguçado igual ponta de faca
Pra não usar luto não seje matuto
Que se vier à bruto arreia a bruaca
Quem quisé crescê não pode engrandecê
Tem que obedecê a linha das estaca
Pra cantá nós não treina somos igual chilena
Quando tira a cena de mula veiáca
Quando esses violeiro freqüenta a primeira
Nós por derradeiro é que enche a guaiaca
Mesmo na escura nós dois faz figura
E na hora mais dura nós não se embasbaca
Com sinceridade de livre vontade
Eu confesso a verdade no ponto de arpaca
E na mesma linha da profissão minha
Não foge da rinha o galo da barraca
No pinho eu sou rei já me considerei
Com a madeira revéis que não solta cavaca