Em cima de uma tumba
Que está abandonada
Eu vi um par de espora
De sangue toda manchada
Em um pé da sobre pedra
Gravado a ponta de faca
As primeiras letras grandes
Fala de um "peão espora de prata"
"Peão espora de prata"
Nunca teve amor na vida
Seu riscado de espora
Era convite de briga
Até que chegou o dia
De enfrentar um menino
Que conheceu a espora
E o assassino do pai querido
O menino se armou
Com um chicote trançado
Para enfrentar com coragem
Aquele peão malvado
A mãe do pobre menino
Trancou-se dentro de casa
Orando ela ouvia
Que lá no terreiro o chicote estalava
No relógio foi marcado
Duelo de uma hora
Só se ouvia o chicote
E riscado de espora
Chamou a querida mãezinha
O peão foi derrotado
Este que matou meu pai
Caiu no chão retalhado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
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