A banca ta montada
Me diz quanto cê visa
Enche essas malas
Manda pra ibiza
Aquela linda ali?
Só contabiliza
O tempo tá passando
Malandro agiliza
A morte vem com charme
Eu sei que é fraca a carne
Eu vejo a vida pelo retrovisor
Sem fazer alarde
Não ativo o alarme
Tipo tiro de silenciador
Na rebeldia lírica
O conteúdo é explicito
A rua é pura química
Material ilícito
Armamento bélico
Só no campo de extermínio
Correndo pelo mérito
Gatilho, raciocínio
Pra falsa conversa
Não aturo comédia
Cuidado com a queda
Só muro de pedra
Papel e caneta:
Minha bala, minha peça
Meu arco, minha flecha
Filha da puta me testa
Nada te resta
Cuidado com a brecha
O tempo que fecha
Uma moeda pro banqueiro
Aponta a rajada na testa
A cada track gravada
Anima o rap da rapa
Cacife clandestino
Poesia vira-lata
Os moleque na raça
Bebendo sangue na taça
Som de vagabundo
Que estrala a vidraça
Os menor tão na caça
Só na levada pilaca
Cacife clandestino
No comando da área
A partida não acaba
Se não joga a toalha
Enquanto muitos falam
Nossa banca trabalha
40 Automática
Dose homeopática
Nossas lojas tem mais drogas que farmácia
Horas sem sono
Ouço latidos lá fora
Envolvo o terço na peça
Na reza 'nossa senhora'
Miro na porta
Troco o pente
Seja o que Deus quiser
Se eles brotam agora de repente
Vão voltar de ré
Face tapada pelo gorro
Minha uzi debaixo do forro
Meus aliados no preparo
Mas se der certo
Bota as nota nas bolsas de couro
Rato de quermesse na rua
Sobe e desce
Anjos e demônios
Cada um com sua prece
Querer fazer o seu é normal
Acontece
Os pivete largando o dedo sem medo pra cima dos cana
Muitos se foram mais cedo
Cuidado com a curva do beco da trama
Diamantes são eternos
Respeite as mentes do gueto
Pilantra, gravata e terno
Não combina com respeito