Diante do espelho
Não consigo mais enxergar
Quem um dia fui
E as metas que um dia eu tentei alcançar
Diante do espelho
Não consigo deixar pra trás
Saudades de tempos que eu ainda não vivi
E que já não voltam mais
Diante do espelho trincado
Nossos sonhos reprimidos, por azar, se vão
Sem nenhum porquê, sem nenhuma razão
Esquecidos, totalmente empoeirados
Como meras poesias sem inspiração
Perecíveis com o tempo, sem ter validação
Diante do espelho
Além desses espelhos
Não consigo encontrar minha paz
Eu luto contra mim, minha alma
Meu subconsciente
Além desses espelhos
Os meus dias são tão iguais
Eu vivo por aí
Dizendo coisas que ninguém entende
Além desses espelhos trincados
Nós fingimos que sabemos o que é sofrer
Além do espelho, além do próprio umbigo
Se afogando em um gole atrás do outro
Tentando esquecer
A cruel realidade, se autodestruindo