Dia de chuva eu aproveito a ocasião
Vou pra o galpão reformar a velha carreta
Cevo um amargo num porongo missioneiro
E aquento água na velha cambona preta
Um quero-quero grita na frente da casa
E uma coruja na cunheira do capim
Parece até que sou o próprio sete povos
Que o verso xucro se acampa dentro de mim
Sou das missões, eu nasci nesta querência
Com persistência honro a estampa de campeiro
Você que mora embaixo deste universo
Escuta os verso de um palanque missioneiro
Nosso xucrismo eu considero um alambrado
E eu sou palanque pra não deixar ele cair
São luiz gonzaga é o torrão que eu fui criado
Em rincão dos pinto na costa do iriguati
Ser missioneiro não precisa falar em guerra
Em revolução, nem na espada e nem garrucha
É só cantar as xucrezas da nossa terra
Tudo que existe em nossa cultura gaúcha
Sou das missões, eu nasci nesta querência
Com presistência honro a estampa de campeiro
Você que mora embaixo deste universo
Escuta os verso de um palanque missioneiro
Ser missioneiro é cantar aquilo que é nosso
Tudo que existe na querência de sepé
É cordeona, verso xucro de aporpia
A poesia, pialo a cavalo e de a pé
Ser missioneiro é ter nascido neste chão
Guentar o tirão nas horas boas e amargas
Usar bombacha, boa bota e cinturão
E um chapéu cury com palmo e pouco de aba
Sou das missões, eu nasci nesta querência
Com persistência honro a estampa de campeiro
Você que mora embaixo deste universo
Escuta os verso de um palanque missioneiro